Nave Lagoa

Plogging?

Há uns anos se tornou viral em todo o mundo um pequeno vídeo de uma criança perguntando “what do you practice?”

Com sua expressividade e eloquência, ele conseguiu que muitas pessoas prestassem atenção à mensagem, simples mas profunda: ao praticar, nos tornamos especialistas em qualquer coisa; se praticamos alegria e felicidade, seremos alegres e felizes; mas se praticar raiva ou desapontamento, também seremos muito bons nisso e poderemos encontrar motivos para raiva em todos os momentos. 

Se alguém não conhece o vídeo, vale a pena clicar no link, dedicar alguns minutos para vê-lo e depois dar uma boa caminhada para refletir sobre a ideia, pois todos podemos aprender e melhorar.

O conteúdo da mensagem não é assim tão novo, pois é do famoso guru indiano Prem Rawat, que espalha mensagens de paz e bem-estar em todo o mundo há cinquenta anos e lidera uma fundação para a ajuda ao desenvolvimento.

A mensagem também é especialmente importante para aqueles que são pais porque seus filhos frequentemente seguem seu exemplo e aprendem através do que eles veem em casa. Estima-se que cerca de metade dos adultos que abusam viveram em suas casas pessoalmente cenas de abuso quando eram crianças. É uma estatística terrível. Mas também tem o outro lado, que não aparece nos jornais, e é infinitamente mais numeroso, o de todos aqueles pais que foram um bom exemplo para seus filhos e conseguiram transmitir valores positivos.

Bem, a entrada de hoje procura dar mais a conhecer uma iniciativa muito interessante, na qual todos nós podemos participar e dar um exemplo positivo para as gerações futuras. A ideia surgiu na Suécia em 2016 e espalhou-se rapidamente por toda a Europa. Chama-se plogging, uma palavra que vem da combinação do termo jogging e da expressão sueca plocka upp, que significa recolher lixo. É assim de simples, é correr e carregar uma bolsa, e então, se virmos algum objeto, podemos fazer um agachamento, pegá-lo e continuar a corrida. Obviamente, o objetivo não é recolher muito lixo, mas ser todos pouco a pouco mais conscientes e não gerar e dispersar tanto lixo. E que um dia, quando sair para correr, não haver nada para pegar.

Há uma página no Facebook como uma plataforma para facilitar reuniões e foto-blog, mas, paralelamente, estão a aparecer também muitas iniciativas locais, com reuniões e atividades em cada zona.

Nessa mesma linha, em Portugal, está a ser espetacular a atividade da organização Brigada do Mar, que realiza campanhas de limpeza nas praias, nas quais já participaram mais de 50.000 voluntários. Também estão a surgir iniciativas público-privadas, como as da empresa Sirplaste, de Porto de Mós, e Revalor, de Alcobaça, que estão a recolher, reciclar e dar novos usos a toneladas de plásticos recolhidos no mar e nas praias.
Ao final, o verdadeiro sucesso chegará quando nossos filhos percebam que tentamos não gerar tanto lixo e que o tratamos corretamente e nunca o deitamos na natureza. E assim, a pergunta “what do you practice?” vamos poder responder que tentamos cuidar do planeta em que vivemos. Porque, como diz o slogan popular, “there is no planet b“.

Marvão, uma paragem que vale bem a pena

Marvão é uma pequena vila quase na fronteira entre Portugal e Espanha, entre Castelo de Vide e Valência de Alcántara. Não fica na região Oeste, mas achamos que merecia um post neste blog por três motivos: primeiro, porque pela sua história, encanto e localização, é um ponto de paragem comum nas viagens de carro desde Europa e a península ibérica à costa portuguesa; segundo, porque tem vários restaurantes e atividades muito interessantes para uma escapadela de fim de semana; e terceiro, por uma experiência nova, divertida e diferente que pode ser feita na região, e que permite sentir-se por umas horas como Buster Keaton em The General: https://www.youtube.com/watch?v=PPjwmp5qqm8

Começando pelo final, se gostamos de pedalar no meio da natureza, não podemos deixar de experimentar o Rail Bike Marvão, que oferece percursos em veículos de dois lugares a pedal que percorrem as antigas vias do comboio. O passeio permite desfrutar de uma forma diferente esta zona de grande beleza natural, nos arredores do parque Tejo Internacional, reserva da Biosfera.

Outra actividade muito interessante é a visita ao Museu da Adega Melara Picada Nunes, onde oferecem visitas guiadas de 75 minutos que incluem uma explicação prática sobre a história e produção do azeite, uma pequena prova e dão-nos uma amostra do seu ouro líquido. .

Entre os restaurantes, na zona do rio Sever existem vários interessantes como o JJ Videira, o Sever ou o Milhomens. E não devemos sair de Marvão sem subir ao castelo e desfrutar das suas incríveis vistas de 360º sobre o Alentejo e a Extremadura, essas duas regiões hoje tão unidas que até participam juntas em projetos europeus com a sigla ALEX, quebrando aquela velha frase de José Saramago que Espanha e Portugal são dois irmãos siameses que nasceram unidos pelas costas e nunca se viram. Hoje em dia já não é assim, há cada vez mais conhecimento e valorização entre os dois povos e Marvão é um excelente ponto de encontro para o confirmar.

Base Jumping em Portugal

BASE é um acrónimo em inglês que corresponde às iniciais das palavras Building, Antena, Span e Earth, os quatro tipos de lugares dos quais esta modalidade de saltos é mais praticada. O alemão Dominik Loyen e o sueco David Thomasson, partilhavam a paixão pelo salto BASE e o destino quis que ambos morressem a tentar o mesmo salto, nas falésias de Nazaré, um em 2018 e o outro em 2013.

Dominik tem o número 359 e David o 207 na lista de falecidos ao praticar salto BASE que publica a revista especializada Blinc. A lista recolhe dados desde o ano de 1981 como advertência e aviso de que o salto BASE é uma atividade de alto risco, que deve ser praticada com responsabilidade e com muita experiência anterior em saltos com paraquedas de aviões.

Aliás, cada vez que há uma morte desse tipo, reabre-se o debate sobre a proibição desses desportos de alto risco. Em Portugal, tal como na maioria dos países europeus, não é considerada em si uma atividade ilegal, mas pode haver coimas às pessoas que acedem clandestinamente a alguns dos recintos fechados ao público, a partir dos quais tentam-se os saltos. Os direitos e liberdades de cada indivíduo de dispor de sua vida têm prioridade, desde que não comprometam a propriedade ou os direitos dos outros.

E a verdade é que para muitos é um risco que vale a pena. A maioria daqueles que o praticam reconhecem que sentem medo antes de saltar, mas afirmam que tudo é compensado quando aterram e sentem uma tremenda efusão de alegria quando percebem que o salto foi bom. Outros dizem que a sensação de liberdade que esses saltos produzem é algo difícil de igualar.

Para quem quiser saber mais sobre o paraquedismo e as diferentes modalidades de saltos, na área de Leiria opera a empresa Get High, auspiciada por um dos mais conhecidos saltadores portugueses, Mário Pardo, que saltou de lugares tão emblemáticos como a ponte 25 de abril ou o Padrão dos Descobrimentos em Lisboa. E tanto em Lisboa como no Porto, há também cada vez mais empresas a oferecer experiências de indoor skydiving, com túnel de vento, com as quais se podem conseguir sensações próximas ao salto com um risco quase nulo. 

Finalmente, para quem preferir seguir este tema um pouco mais de fora, o documentário Sunshine Superman é muito interessante, sobre a vida de Carl Boenish, um dos pais do movimento salto BASE. Num plano mais de entretenimento, o salto BASE leva anos muito presente em filmes de ação, como Drop Zone, com Wesley Snipes, ou as missões impossíveis 2 e 3, com Tom Cruise. E para quem preferir ler, The Great Book of BASE, de Matt Gerdes, é uma boa opção para aprender sobre o assunto e The Moment of Letting Go, de Jessica Redmerski, seria a alternativa para quem preferir literatura romântica.

Natal na região Oeste

Hoje partilhamos algumas dicas para desfrutar com família e amigos a magia das melhores festividades de Natal na região Oeste de Portugal. Com suas tradições encantadoras, cenários pitorescos e uma atmosfera acolhedora, nossa região oferece uma experiência única para celebrar o espírito de Natal. Aqui estão algumas das melhores atividades para desfrutar das festas na Região Oeste:

Ruelas de Óbidos

1. Mercados de Natal Pitorescos:

Em cidades como Óbidos e Caldas da Rainha, os mercados de Natal se transformam em verdadeiros contos de fadas. Ruelas estreitas e praças históricas são decoradas com luzes cintilantes, enquanto barracas oferecem artesanato local, iguarias deliciosas e presentes únicos. Os presépios da aldeia Marinhas de Sal, em Rio Maior, são feitos a partir do sal que é ali extraído; parecem mesmo de neve! Uma oportunidade perfeita para encontrar lembranças especiais e sentir o calor da temporada.

2. Concertos e Espetáculos:

A região Oeste ganha vida com a música festiva durante o Natal. Desde corais encantadores em igrejas históricas até concertos ao ar livre em praças, há uma variedade de apresentações para todos os gostos. Não perca a chance de experimentar a emoção de um concerto de Natal sob as estrelas. https://www.visitportugal.com/pt-pt/destinos/centro-de-portugal

3. Iluminação de Natal Deslumbrante:

As cidades e vilas da região Oeste se transformam em verdadeiros paraísos de luz durante a temporada de Natal. Os edifícios históricos, ruas e praças são adornados com decorações deslumbrantes, criando uma atmosfera mágica que certamente encantará visitantes de todas as idades. A Vila Natal de Óbidos é sempre um must https://obidosvilanatal.pt/

Vila Natal em Óbidos

4. Tradições Culturais Locais:

Descubra as tradições únicas de nossa região durante o Natal, como as celebrações religiosas, como a Missa do Galo, e práticas culturais autênticas. Aproveite para provar iguarias locais tradicionais, como o Bolo Rei e o Bolo Rainha, que são umas delícias características da época, primos irmãos do Roscón de Reyes que fazem em Espanha.

5. Patinar no gelo ao ar Livre:

Em algumas cidades, como Torres Vedras e Óbidos, a diversão na pista de gelo e nas rampas de gelo são umas experiências imperdíveis para todas as idades. Deslize na pista enquanto aprecia as luzes cintilantes ao seu redor, criando memórias inesquecíveis para a temporada. Ao celebrar o Natal na região Oeste de Portugal, mergulhamos em uma experiência encantadora que combina tradição, beleza natural e calor humano. É uma celebração mágica e inesquecível nesta parte do país. Boas festas! 🎄

Eventos de surf na região Oeste

Um fã de tênis dificilmente pode jogar na pista central de Wimbledon ou Roland Garros. Um fã de golfe provavelmente não será capaz de ter a oportunidade de jogar em Augusta ou St. Andrews. E os fãs de futebol certamente estariam dispostos a pagar valores absurdos para jogar um dia no Santiago Bernabeu ou em Wembley.

Exatamente o oposto do surf, que tem a particularidade de que qualquer um pode comprar ou alugar uma prancha e viver na primeira pessoa as mesmas ondas de Ericeira, Supertubos ou Nazaré, onde acontecem três dos mais importantes eventos do mundo do surf.

Nos mais de 100 km de costa da região Oeste existe um vasto leque de possibilidades de surf, para todos os níveis. E qualquer dia é bom para procurar boas ondas. Mas o final do verão traz o atrativo adicional de ter três eventos de classe mundial para os surfistas: a World Surf League, em Outubro em Ericeira e em março em Peniche, e a temporada de ondas gigantes na Nazaré, que vai justamente de outubro a março.

Supertubos

As ondas de Supertubos são consideradas a versão europeia do famoso Pipeline de Hawai, com a vantagem de que o fundo aqui é arenoso e sem os perigosos recifes da praia havaiana. Em troca, o wetsuit aqui deverá sempre ser muito mais grosso. Em Ericeira a temperatura da água é também fresca mas a cidade tem esse encanto cool que tanto atrai aos que chegam ao mundo do surf. 

Ericeira

Para recuperar as forças, uma opção muito popular em Peniche é o Xakra, mesmo na praia, a poucos metros de Supertubos, cujas mesas também são um objetivo muito cobiçado ao longo do ano. E em Ericeira não pode faltar uma visita ao Furnas, que mantém seu nível excelente ano após ano. 

A oferta de alojamento é muito ampla. Dos vans pão-de-forma típicos dos mais jovens, aos parques de campismo perto da praia, dos hostels e apartamentos aos novos bio-eco-resorts, e há até alguns hotéis convencionais. Pela sua boa relação qualidade/preço, destacamos dois: o Katekero, que ao ficar no centro de Peniche facilita o acesso a restaurantes, lojas e todas as atividades da cidade; e o recém-renovado MH Atlántico, pelo contrário, já que está na praia, para chegar facilmente a pé às praias de Consolção e Supertubos e aproveitar as ondas do primeiro até ao último minuto.

Em Nazaré, a possibilidade de ver algumas das famosas ondas gigantes da Praia Norte vai desde Outubro até Março, mas pode haver sempre algumas tempestades fora dessas datas para aproximar-se do farol e contemplar esses monstros de 30 metros de altura, obviamente apenas adequados para surfistas experientes.  Adicionalmente, a finais de outubro reúnem-se em Nazaré todos os grandes nomes das grandes ondas para a cerimónia dos prémios anuais Big Wave Challenge Award.

Nazaré

Neste link, vem um vídeo muito interessante da World Surf League explicando como essas ondas se formam, sob a influência de um desfiladeiro submarino de vários quilômetros de extensão que fica ao sul do cabo.

Para ficar na Nazaré, uma opção simples, no centro, é o Hotel Magic. E para comer, nossas opções favoritas são Rosa dos Ventos e A tasquinha, embora o excelente nível torne a experiência quase sempre ótima na maioria dos restaurantes. De facto, um dos maiores fãs deste blog lembra sempre que na Nazaré comeu o melhor robalo selvagem que já comeu.

Seja como surfista ou espectador, com alojamento em minivan ou em hotéis, as ondas e as boas vibrações coletivas estão garantidas e a experiência vale muito a pena.

438.000 motivos para fazer o Caminho de Santiago

Durante o ano de 2022, 438.000 pessoas completaram pelo menos 100 quilômetros a pé ou 200 de bicicleta na rota do Caminho de Santiago. Para entender a tendência crescente da cifra, basta ver que em 1990 foram 5.000 pessoas e no ano 2000 já 55.000 pessoas. Em 2018 foram 327.000 pessoas e, mesmo se durante os anos 2020 e 2021, as cifras caíram um pouco por causa da pandemia do COVID19, em 2022 voltaram em grande e 438.000 pessoas chegaram até Santiago, a maior cifra de sempre.

Mas, o que leva tantas pessoas a seguir esse caminho? Nas suas origens medievais, era feito principalmente por razões espirituais, buscando a intercessão do apóstolo Santiago ou a indulgência derivada da peregrinação. E hoje muitos peregrinos ainda têm um motivo religioso na mochila. Mas para a grande maioria, o Caminho é uma viagem dentro de si próprio, um tempo de reflexão, esforço partilhado e companheirismo. O Caminho permite um contato muito intenso com a natureza através da paisagem, mas também com a natureza humana através de esforço, amabilidade, hospitalidade, superação de desafios e troca de experiências com outros caminhantes.

Sua revitalização progressiva durante a segunda metade do século XX é associada ao desejo latente de muitas pessoas de recuperar as raízes europeias, de ir devagar em vez de correr, de fazer as coisas com tempo e esforço, em vez de instantaneamente.

Se pode tentar explicar de muitas maneiras, mas provavelmente haverá 438.000 motivos diferentes e todos eles serão bons para ir a essa escola excepcional da humanidade por alguns dias.

Uma das grandes maravilhas do Caminho é que passa por quase qualquer lugar da Europa; existem mais de 80.000 quilômetros de caminhos marcados. E mesmo se uma parte importante das pessoas segue o chamado Caminho Francês (que atravessa os Pirineus e vai pelo norte de Espanha através de Pamplona, ​​Burgos e León até Santiago), outras rotas alternativas se estão a tornar também muito populares pois estão menos concorridas, e de certa forma, também um pouco mais perto da simplicidade e paz interior que se busca nesta aventura.

O Caminho Português, desde Lisboa até Santiago, é especialmente recomendado para quem quer desfrutar dessa experiência mais pessoal, com mais natureza e um pouco menos populosa. O percurso passa por Santarém, Coimbra e Porto como as cidades mais importantes e pode ser visto muito bem detalhado no site da Gronze (https://www.gronze.com/camino-portugues).

O Convento de Cristo em Tomar

Mas queremos destacar uma secção central, que fica muito perto da região Oeste e é especialmente recomendada para quem quer viver a parte do Caminho mais próxima da natureza. É o trecho entre Tomar e Coimbra. Tomar, o ponto de origem, é uma pequena cidade comandada pelo Convento de Cristo, um imponente castelo templário, Patrimônio Mundial da UNESCO, e um dos mais belos exemplos da arquitetura gótica manuelina. Coimbra é agitação, charme e ruelas para se perder. E, no meio, 90 quilômetros de Caminho através de florestas espectaculares, ao longo de sendas entre árvores frutais e pequenas aldeias nas quais há sempre alguém disposto a oferecer algumas palavras de conselho ou qualquer ajuda ao peregrino. A sinalização é especialmente boa, principalmente porque a rota é tanto Caminho de Santiago para o norte quanto Caminho de Fátima para o sul; portanto, as sinalizações têm a seta amarela característica em direção a Santiago de um lado e a seta azul para Fátima no outro. Isso também causa encontros interessantes entre os caminhantes em uma direção e outra, opostos na direção, mas unidos por uma busca semelhante.

Uns para Fátima e outros para Santiago

E para quem quer fazer apenas um pequeno aperitivo, em modo familiar e com as crianças, pode considerar visitar o Convento de Cristo em Tomar, comer nos restaurantes da zona pedonal da cidade, como por exemplo no Tabuleiro, e fazer os primeiros quatro quilômetros, que correm paralelos ao rio Nabão e são especialmente bonitos. Certamente depois desse aperitivo mais de um vai querer considerar no futuro provar outros pratos do Caminho. Bom Caminho!

Meditação… nas praias do Oeste

Na região Oeste de Portugal existem vários centros que oferecem cursos e retiros para yoga, mindfulness ou meditação. Algumas iniciativas são temporárias ou sazonais e não são fáceis de localizar. Entre os permanentes, o Ponto Sereno em Leiria, a Vitality na Praia da Areia Branca ou o Yoga para iniciantes Caldas podem ser uma boa opção para começar a conhecer esse tipo de práticas e ver se elas também se adequam a nós. Uma das iniciativas mais interessantes são os retreats que oferece Budha Retreats na pequena aldeia de Columbeira, entre Bombarral e Peniche, onde se podem fazer retreats de yoga ou de yoga e surf. Finalmente, não podemos deixar de recomendar a fantástica Heart Zü, que oferece aulas individuais e de grupo em Lisboa e em Óbidos.

Com quinze minutos cada dia chega para notar efeitos positivos, especialmente no nível de concentração, melhora na memória e no bem-estar geral. E esses efeitos positivos podem ser alcançados de várias maneiras; mindfulness, meditação, tai chi, yoga ou até mesmo a técnica de Alexander partilham princípios básicos semelhantes, de atitude positiva, de relaxamento, de estar concentrados no momento presente e de benefícios posturais, pelo que vale muito a pena experimentar e ver o que funciona melhor para cada um de nós.

E o que também é comum a todos esses caminhos é que, em combinação com a praia, eles multiplicam seus efeitos positivos. É sabido que o mar e a praia têm imensos elementos benéficos para a saúde: os íons negativos da brisa marinha aumentam os níveis de serotonina e reduzem nossa ansiedade, o iodo presente na água e a brisa limpam nossas vias aéreas e nos ajudam a oxigenar o organismo, e os minerais presentes na água são muito positivos para a pele. Tudo isso geralmente produz um efeito relaxante e de bem-estar, muito positivo. Mas se a todos esses efeitos nós adicionarmos os derivados de sentar ou deitar por alguns minutos e praticarmos alguma forma de relaxamento, podemos ter uma experiência ainda mais completa.

Obviamente, o ideal é poder fazê-lo com alguma tranquilidade, com a companhia apenas do som das ondas. Para fazer isso, as praias do Oeste são perfeitas porque tendem a ser grandes e permitem facilmente, seja a primeira hora, seja caminhando um pouco para uma área tranquila, encontrar aquele ponto de encontro entre nós, a natureza e a paz interior.

A praia ao nascer do sol tem algo especial, especialmente quando a maré baixa durante a noite deixou a areia lisa e perfeita, como se tivessem colocado um tapete novo de vários quilômetros só para nós. Andar pela areia nesses momentos e olhar para trás, ver apenas as nossas pegadas, produz sempre uma estranha sensação de intimidade e fusão com o meio ambiente.

Planos para dias de calor extremo em Portugal

Brincávamos numa entrada anterior com a ideia de que muitas pessoas até agradecem quando chega um dia de chuva no verão e têm a desculpa perfeita para fazer planos diferentes do típico surf, praia e golfe.

No extremo oposto estariam os dias quentes. Mas, em mais um exemplo de como os extremos se encontram, vemos que praticamente todos os planos que mencionamos para aqueles dias de chuva valem também para os dias de calor extremo.

E também existem alguns adicionais. Num artigo do Diario de Noticias durante a vaga de calor de agosto de 2018, o Cabo Carvoeiro foi citado como um dos locais mais frescos de Portugal Continental:

https://www.dn.pt/pais/interior/fugir-do-calor-conheca-os-locais-mais-frescos-de-portugal-continental-9672712.html

E é verdade que quem já visitou o cabo, com as suas impressionantes falésias e as suas maravilhosas vistas sobre a costa e as ilhas das Berlengas, terá constatado que neste espaço de fusão selvagem entre terra e mar quase sempre faz, pelo menos, uma suave brisa fresca.

Outro plano na mesma linha seriam as falésias da Foz do Arelho, com vistas sobre o mar e a lagoa de Óbidos. O plano combina especialmente bem com os agradáveis ​​chill-outs da praia da Foz do Arelho.

E também nessa linha de chill-out, os jardins do hotel Areias do Seixo, que permitem desfrutar em boa companhia da sempre agradável combinação da noite, o fogo e as estrelas.

5 dicas para aproveitar ao máximo a Páscoa na região Oeste de Portugal

1. Procissões de Óbidos

Óbidos recebe muitos visitantes durante todo o ano, mas na Páscoa o habitual ambiente festivo para durante algumas horas para acolher solenemente a sua principal procissão, o Enterro do Senhor, que se celebra na noite de Sexta-Feira Santa e é seguida com devoção por um grande número de pessoas vestidas com trajes da época. http://www.semanasantaobidos.pt/

2. Folar de Páscoa

No centro do país, uma das tradições mais típicas na Páscoa é comer o Folar de Páscoa, um pão doce feito com farinha, ovos, açúcar e canela. O Folar pode ser decorado com ovos cozidos e por vezes é também comido com queijo, fiambre e um copo de vinho. Se ainda não o conhece, pode experimentar o folar que preparam no Atelier do Doce, entre Caldas da Rainha e Alcobaça, que tem recebido inúmeros prémios. https://atelierdodoce.pt/produto/folar-de-bronze/

3. As ondas de Peniche

Embora haja cada vez mais pessoas corajosas que também se atrevem a surfar as ondas durante o inverno, a Páscoa marca tradicionalmente o início da época de surf nas praias de Peniche. As temperaturas, tanto fora como dentro de água, começam a ficar mais agradáveis ​​e milhares de surfistas vêm iniciar ou retomar a paixão pelas ondas.

Surf em Peniche

4. Flamingos na Lagoa

O final do inverno também costuma marcar a altura em que as zonas húmidas estão no seu auge e é fácil ver algumas das famílias de flamingos que nidificam na lagoa de Óbidos durante a época invernal.

Flamingos na Lagoa de Óbidos

5. Sardoal

Terminamos com uma sugestão que não se encontra geograficamente na região Oeste mas que está muito perto e é perfeita para uma pequena excursão de um dia. Sardoal é uma vila junto à A23, perto de Abrantes, com profundas tradições religiosas. Durante a procissão dos Fogaréus, a iluminação pública é desligada e só há luz de archotes, velas e centenas de lamparinas que são colocadas nas janelas e varandas das casas. As ermidas e igrejas são decoradas com tapetes de flores e na Igreja Matriz coloca-se trigo germinado no escuro, o que lhe confere um tom amarelo particular. http://www.cm-sardoal.pt/images/CMS/SemanaSanta2023/cartaz_semana_santa_2023_final.jpg

Voltam os viajantes asiáticos

Em todas as culturas é muito apreciada a mistura de simplicidade e profundidade que oferecem os provérbios chineses desde os tempos antigos. Gostamos especialmente daquele de Lao Zi que diz que uma jornada de mil milhas começa com o primeiro passo.

Durante décadas, a China tem sido um país disciplinado e poderoso, mas muito focado em si mesmo. Mas no século XXI, por várias razões internas e externas, decolou como uma grande potência mundial, passando de uma economia baseada em manufaturas de baixo custo para uma mais completa, na qual as novas tecnologias têm grande importância. Isso gerou empresas muito poderosas, com grande força de exportação, que começaram a ganhar uma presença global que é mais do que notável. E também deu origem a uma crescente classe média, com capacidade para viajar e desfrutar de luxos antes impossíveis.

Para compreender a importância económica que podem ter estes novos viajantes, segundo os dados oficiais do Ministério do Turismo de Portugal, em 2017 um turista espanhol gastava em média 89 euros por dia em Portugal, enquanto um chinês gastava 642 euros. Ou seja, um turista chinês gastava em um dia o que um espanhol em uma semana. Os anos da pandemia significaram uma paralisação total dessas viagens, mas em 2023 as portas voltam a estar abertas e as viagens voltaram a um ritmo excepcionalmente alto: nos dez dias em torno do Ano Novo Chinês houve quase 2.000 milhões de movimentos de cidadãos chineses. 

Portanto, não surpreende que exista cada vez um maior interesse na Europa em atrair novamente esse tipo de turistas, oferecer-lhes aquilo que lhes faça voltar o que possam recomendar a viagem a seus milhões de compatriotas. E o que atrai mais este tipo de viajante?

Bem, em primeiro lugar, e por mais surpreendente que pareça, o tempo. Um dia de céu azul e temperaturas amenas, com uma leve brisa, é um dos elementos que mais atraem um viajante asiático, que muitas vezes sofre nas suas mega-urbes costeiras dias quentes e húmidos, com um calor pegajoso e desconfortável. É por isso que é mais fácil a experiência destes turistas ser mais positiva nos verões frescos da costa atlântica espanhola e portuguesa do que nos do Mediterrâneo. E por essa razão, talvez, a estratégia das áreas do Mediterrâneo deve se concentrar em tentar atrair esse tipo de visitante nos invernos, em que seu clima é ameno e também a ocupação é menor.

Em segundo lugar, eles apreciam muito positivamente as paisagens abertas, as florestas, os grandes parques, as pequenas praias pouco ocupadas, as rotas nas montanhas. Em geral, a densidade populacional nas grandes cidades asiáticas é muito maior do que na Europa e é por isso que é mais fácil para um turista ser mais grato visitar um parque natural na Europa do que uma cidade muito monumental, mas muito cheia.

A beleza do mar

Terceiro, eles gostam muito da cultura mediterrânea. Nossa comida, nossos vinhos, nosso estilo de vida. É por isso que eles apreciam muito positivamente as experiências que lhes permitem desfrutar desses elementos na primeira pessoa. Poder ir a pequenos restaurantes onde serve-se comida simples e de qualidade, frutas e legumes frescos, frutos do mar e peixe grelhado. Eles apreciam a gastronomia como cultura, como forma de entender e conhecer melhor a área que visitam. É por isso que não é estranho vê-los também nos melhores restaurantes, porque eles procuram especialmente essa experiência de qualidade.

Nesta linha, experiências imersivas são cada vez mais bem-sucedidas, como visitas a adegas onde podem ver todo o processo de elaboração e terminar com uma degustação de vinhos. Ou participar de festas populares e viver a atmosfera e as tradições com as pessoas locais, imbuindo-se da festa.

Umbrella Sky Project – Águeda, Portugal

Em 2017, o número de turistas chineses que visitaram Portugal aumentou 80% em relação a 2016. E em 2018 foi também o país que mais elevou o número de visitantes a Portugal. O que não surpreende se levarmos em conta o clima ameno, as belas paisagens e a grande gastronomia de Portugal. Mas, além disso, comparado ao turismo europeu que é muito sazonal, o asiático tende a ser mais distribuído durante o ano, pois não busca tanto o sol e a praia e desfruta de lugares tranquilos, sem grandes multidões e temperaturas amenas. Portugal tem grandes forças para que este seja o começo de uma grande amizade, os primeiros passos que dizia Lao Zi para essa viagem de mil milhas, que podem começar nos próximos anos muitos milhões de pessoas. Estaremos prontos para recebê-los?