Nave Lagoa

Planos para dias de calor extremo em Portugal

Brincávamos numa entrada anterior com a ideia de que muitas pessoas até agradecem quando chega um dia de chuva no verão e têm a desculpa perfeita para fazer planos diferentes do típico surf, praia e golfe.

No extremo oposto estariam os dias quentes. Mas, em mais um exemplo de como os extremos se encontram, vemos que praticamente todos os planos que mencionamos para aqueles dias de chuva valem também para os dias de calor extremo.

E também existem alguns adicionais. Num artigo do Diario de Noticias durante a vaga de calor de agosto de 2018, o Cabo Carvoeiro foi citado como um dos locais mais frescos de Portugal Continental:

https://www.dn.pt/pais/interior/fugir-do-calor-conheca-os-locais-mais-frescos-de-portugal-continental-9672712.html

E é verdade que quem já visitou o cabo, com as suas impressionantes falésias e as suas maravilhosas vistas sobre a costa e as ilhas das Berlengas, terá constatado que neste espaço de fusão selvagem entre terra e mar quase sempre faz, pelo menos, uma suave brisa fresca.

Outro plano na mesma linha seriam as falésias da Foz do Arelho, com vistas sobre o mar e a lagoa de Óbidos. O plano combina especialmente bem com os agradáveis ​​chill-outs da praia da Foz do Arelho.

E também nessa linha de chill-out, os jardins do hotel Areias do Seixo, que permitem desfrutar em boa companhia da sempre agradável combinação da noite, o fogo e as estrelas.

I will leave a light on

A profissão de faroleiro sempre foi um verdadeiro desafio, adequado apenas para os mais corajosos, para aqueles capazes de morar em lugares isolados e, muitas vezes, com condições meteorológicas muito adversas. À medida que a operação dos faróis foi automatizada, deixaram de precisar de funcionários a morar neles, e as novas tecnologias também os tornaram menos essenciais na navegação, perdendo algum destaque.

No entanto, eles mantêm intacta a aura romântica e aventureira. E é por isso, que a iniciativa do governo português de permitir a visita pública da maioria deles é muito apreciada. Na região Oeste atualmente só dispomos de dois faróis em funcionamento, ambos muito próximos um do outro, no Cabo Carvoeiro de Peniche e mesmo em frente, nas Ilhas Berlengas. 

Mas a uma curta distância a norte temos também os de Aveiro, Mondego (Figueira de Foz) e Penedo da Saudade (Marinha Grande). Os três, bem como os do Cabo Carvoeiro e da Berlenga, podem ser visitados todas as terças-feiras, das 14h às 17h no Verão e das 13:30 às 16:30 no Inverno. Antes de ir para lá, convém passar pelo site da Autoridade Marítima Nacional para verificar se eles não estão fechados por razões operacionais ou por qualquer reforma.

Para quem preferir a comodidade da internet existe também a possibilidade de uma visita virtual pelo farol do Bugio, localizado no meio da foz do Tejo, perto de Lisboa.

Então, para aqueles que às vezes precisam de uma luz para guiar e uma vista inspiradora e diferente do mar, já temos um plano para a tarde de terça-feira. E se formos com crianças, certamente deveríamos ser capazes de planear uma grande aventura de piratas e contrabandistas nesse ambiente evocativo. Obviamente, na lista de reprodução no carro a caminho do farol não deve faltar a música I will leave a light on, de Tom Walker.

Azeite, ouro líquido

Muitos o chamam ouro líquido, o maior estandarte da dieta mediterrânea. Devido ao seu alto teor de ácidos monoinsaturados, é unanimemente considerado um alimento essencial na dieta, um antioxidante natural. Mas quando chegamos à loja, sabemos distinguir alguns azeites de outros? Por que existem tantas diferenças no preço? Há boas opções na região Oeste para quem quer consumir produtos locais?

A estas questões dedicamos as seguintes linhas, deliberadamente básicas em alguns pontos, para também ajudar nossos amigos internacionais a aproximar-se a um produto que fora dos países do Mediterrâneo é ainda quase desconhecido. Se olharmos para as estatísticas de consumo por pessoa, Grécia, Espanha, Itália, Portugal e Chipre estão no topo, com níveis entre 12 e 5 litros por pessoa por ano. Mas na França não chega a dois litros e na Alemanha ou no Reino Unido não chega a um litro. Fora da Europa, o consumo está crescendo notavelmente na Austrália e nos Estados Unidos, mas ainda com valores modestos. Menção especial merece o caso da China, onde o consumo também está a crescer, embora obviamente os números por pessoa não sejam significativos, dado o tamanho da população; mas é fácil perceber a importância que o azeite está a adquirir lá se vemos que nos últimos anos os hectares plantados com oliveiras somam o equivalente à província espanhola de Jaén (a zona com maior produção de toda a península ibérica); a grande maioria das oliveiras chinesas foram plantadas no vale do rio Bailong, com uma clima semelhante ao Mediterrâneo, e um nome também dos mais adequados para abordar a nossa cultura (bailón em espanhol quer disser bailão).

Para quem chega à loja e não sabe nada sobre o azeite, a primeira coisa a ter em mente é que a maior qualidade é o azeite extra virgem, puro suco de azeitona, com excelente sabor e as melhores propriedades nutricionais. É o mais comum em saladas ou pratos que dão para apreciar mais esse excelente sabor. Talvez a melhor maneira de experimentá-lo e conhecê-lo seja simplesmente com pão e um pouco de sal, que é um pequeno almoço muito comum na Península Ibérica.

No seguinte nível de qualidade fica o azeite virgem e, finalmente, o refinado, que é usado mais para frituras ao suportar melhor as altas temperaturas e ter um preço um pouco menor.

Tal como acontece com o vinho, com os azeites e as azeitonas também existem variedades diferentes, com diferentes sabores. E também denominações de origem protegidas, que devem usar as variedades da área em questão. Existem muitos sabores diferentes de azeite e é uma questão de experimentar e descobrir o que se dá melhor com os nossos gostos. A cor não é muito relevante em relação ao sabor; normalmente é mais verde se forem utilizadas azeitonas menos maduras e mais amarelo com azeitonas mais maduras, mas em ambos os casos o sabor depende mais da variedade de azeitonas do que da cor do azeite.

Um ponto que é importante ter em conta e que difere do vinho é que o azeite se deteriora com o tempo e, principalmente, com a luz. Portanto, é conveniente adquirir e consumir o azeite o mais próximo possível de sua data de comercialização e manter a garrafa armazenada fora da luz. É por esse motivo que as melhores marcas tendem a usar garrafas de vidro escuro ou enrolam a garrafa com um plástico opaco.

A região Oeste não é caracterizada por grandes olivais, mas na região vizinha do Ribatejo sim que é um elemento muito importante e desde a época medieval há evidências de Santarém como um importante centro de produção de azeite de qualidade. Assim, entre as seis denominações de origem protegidas em Portugal, uma é precisamente “Azeites de Ribatejo DOP”.

Para aqueles que querem conhecer alguns dos azeites que são produzidos na área, podem começar com três marcas que tiveram vários prêmios internacionais e representam muito bem a excelência dos azeites da região.

A primeira recomendação é o Cabeço das Nogueiras, da jovem empresa SAOV, criada em 2004, mas que já acumula vários prêmios com a combinação bem sucedida de inovação tecnológica e sabor tradicional. A segunda seria a Casa Anadia, que é uma casa clássica com grande tradição olivácea desde o século XVII e faz um firme compromisso com a qualidade e não com a quantidade. E o terceiro é o Colheita das Lezírias, uma das opções premium de produção local da casa Gallo, que é uma das mais importantes empresas produtoras de azeite em Portugal e tem a sua sede na cidade de Abrantes, junto ao rio Tejo.

O primeiro pode ser encontrado por cerca de 9 euros a garrafa de 500 cc, exclusivamente em lojas especializadas e gourmet. O segundo também pode ser encontrado no Continente, por cerca de 7 euros a garrafa de 500 cc. E o terceiro é o mais mainstream e pode ser comprado por cerca de 5 euros a garrafa de 500 cc.

Mas, voltando às semelhanças com o vinho, há excelentes azeites extra virgens por preços muito acessíveis, de 5 a 6 euros por litro, e o ideal é que cada pessoa experimente variedades e encontre a que melhor se adapte aos seus gostos. Existe todo um mundo de sabores para descobrir.

E vocês? Já tem alguns azeites preferidos? Alguma recomendação para esta nossa comunidade?