Brincávamos numa entrada anterior com a ideia de que muitas pessoas até agradecem quando chega um dia de chuva no verão e têm a desculpa perfeita para fazer planos diferentes do típico surf, praia e golfe.
No extremo oposto estariam os dias quentes. Mas, em mais um exemplo de como os extremos se encontram, vemos que praticamente todos os planos que mencionamos para aqueles dias de chuva valem também para os dias de calor extremo.
E também existem alguns adicionais. Num artigo do Diario de Noticias durante a vaga de calor de agosto de 2018, o Cabo Carvoeiro foi citado como um dos locais mais frescos de Portugal Continental:
E é verdade que quem já visitou o cabo, com as suas impressionantes falésias e as suas maravilhosas vistas sobre a costa e as ilhas das Berlengas, terá constatado que neste espaço de fusão selvagem entre terra e mar quase sempre faz, pelo menos, uma suave brisa fresca.
Outro plano na mesma linha seriam as falésias da Foz do Arelho, com vistas sobre o mar e a lagoa de Óbidos. O plano combina especialmente bem com os agradáveis chill-outs da praia da Foz do Arelho.
E também nessa linha de chill-out, os jardins do hotel Areias do Seixo, que permitem desfrutar em boa companhia da sempre agradável combinação da noite, o fogo e as estrelas.
Óbidos recebe muitos visitantes durante todo o ano, mas na Páscoa o habitual ambiente festivo para durante algumas horas para acolher solenemente a sua principal procissão, o Enterro do Senhor, que se celebra na noite de Sexta-Feira Santa e é seguida com devoção por um grande número de pessoas vestidas com trajes da época. http://www.semanasantaobidos.pt/
2. Folar de Páscoa
No centro do país, uma das tradições mais típicas na Páscoa é comer o Folar de Páscoa, um pão doce feito com farinha, ovos, açúcar e canela. O Folar pode ser decorado com ovos cozidos e por vezes é também comido com queijo, fiambre e um copo de vinho. Se ainda não o conhece, pode experimentar o folar que preparam no Atelier do Doce, entre Caldas da Rainha e Alcobaça, que tem recebido inúmeros prémios. https://atelierdodoce.pt/produto/folar-de-bronze/
3. As ondas de Peniche
Embora haja cada vez mais pessoas corajosas que também se atrevem a surfar as ondas durante o inverno, a Páscoa marca tradicionalmente o início da época de surf nas praias de Peniche. As temperaturas, tanto fora como dentro de água, começam a ficar mais agradáveis e milhares de surfistas vêm iniciar ou retomar a paixão pelas ondas.
Surf em Peniche
4. Flamingos na Lagoa
O final do inverno também costuma marcar a altura em que as zonas húmidas estão no seu auge e é fácil ver algumas das famílias de flamingos que nidificam na lagoa de Óbidos durante a época invernal.
Flamingos na Lagoa de Óbidos
5. Sardoal
Terminamos com uma sugestão que não se encontra geograficamente na região Oeste mas que está muito perto e é perfeita para uma pequena excursão de um dia. Sardoal é uma vila junto à A23, perto de Abrantes, com profundas tradições religiosas. Durante a procissão dos Fogaréus, a iluminação pública é desligada e só há luz de archotes, velas e centenas de lamparinas que são colocadas nas janelas e varandas das casas. As ermidas e igrejas são decoradas com tapetes de flores e na Igreja Matriz coloca-se trigo germinado no escuro, o que lhe confere um tom amarelo particular. http://www.cm-sardoal.pt/images/CMS/SemanaSanta2023/cartaz_semana_santa_2023_final.jpg
É muito difícil recomendar praias, porque não todo o mundo gosta das mesmas coisas. Portanto, quando alguém nos pede conselho sobre a escolha de um destino de praia na região Oeste, antes de responder, sempre perguntamos sobre seus objetivos. Para quem procura surf e diversão, geralmente sugerimos Baleal, Peniche ou Santa Cruz. A quem prefere praias familiares e águas calmas, nós lhe apontamos para São Martinho ou Nazaré. A quem quer ter tudo, lhe colocamos em direção aos resorts ao redor da lagoa de Óbidos. E a quem gosta de tomar banho em águas quentes… em direção a um bom spa.
E, por esse motivo, pensamos que é melhor que a nossa lista de praias não tenha um ranking, pois para alguns o top 1 pode ser uma praia que para outros é uma das menos desejáveis. Assim, as seguintes praias aparecem como o elenco dos filmes de Woody Allen, em estrita ordem alfabética:
– Baleal. A pequena península de Baleal e suas duas praias é um destino muito internacional, muito popular entre os surfistas, e também é uma opção especialmente recomendada para quem quer iniciar-se no surf, pois sempre tem diferentes opções de dificuldade de um lado ou de outro da península. Existem muitas opções onde ficar entre Ferrel, Baleal e Peniche, especialmente em apartamentos e hostels. E para quem procura um hotel, o MH Peniche é muito bom e possui uma excelente localização, perto das praias e das áreas de restaurantes.
– Bom Sucesso. A praia do Bom Sucesso, no lado sul da lagoa de Óbidos, tem um grande areal e águas calmas e transparentes, perfeitas para jogos de crianças. E com o bonus track de poder caminhar entre as dunas para o mar aberto e aproveitar também as ondas. Existem vários resorts na zona da lagoa com um excelente nível, más, claro, em nossa opinião, nenhum oferece uma experiência tão completa como o Bom Sucesso Resort, com suas inconfundíveis casas de design.
– Física. Outro surf destination, animado e buliçoso, com todos os serviços e entretenimento da cidade turística de Santa Cruz. O Noah Surf House tem diferentes opções de alojamento e conseguiu desenvolver o conceito boho-eco-chic melhor do que ninguém.
– Nazaré. A Praia Norte é um must durante o inverno, para poder ver os profissionais dominando as maiores ondas do mundo. No verão, a praia principal da Nazaré é um destino familiar muito popular, com todos os serviços e entretenimento. Para aqueles que preferem alojamento num local mais calmo, longe do centro, o hotel Vale d’Azenha, com sua arquitetura moderna e estilo característico, pode ser uma boa opção.
– Porto das Barcas. É uma praia bonita, geralmente com poucas pessoas, em uma área ainda em desenvolvimento. As acomodações são pequenas e adequadas para famílias, destacando o Silver Coast Vacation Inn.
– Porto Novo. Esta praia fica numa área com densidade muito baixa, perto das pequenas cidades de Vimeiro e Maceira, mas o Well Hotel & Spa, próximo à praia, possui atrações e serviços para desfrutar de uma estadia muito completa.
– Supertubos. As ondas perfeitas de Supertubos recebem a Surf World League em Outubro e fazem desta praia uma verdadeira meca para o surf europeu e mundial. Tem uma boa oferta de alojamento e várias escolas de surf. Para quem preferir alguma vez ficar num hotel e não na clásica VW Pão de Forma, o MH Atlántico é uma excelente opção.
É impossível condensar 100km de praias numas poucas linhas, mas esperamos ter ajudado com esta pequena seleção, e agora já é só começar a dar uns bons mergulhos…
Muitos lembrarão a série Os homens do Presidente (The West Wing), que se desenvolveu durante sete temporadas entre o final do século passado e o começo do presente. Foi um thriller político com Martin Sheen, que supunha uma nova visão das interioridades da equipa presidencial americana.
Foi justamente durante esses mesmos anos que se realizou o design e desenvolvimento inicial do que hoje é uma das maiores atrações de Portugal e um verdadeiro luxo para qualquer amante do golfe: os quatro campos da zona da lagoa de Óbidos. Praia del Rey, Guardian Bom Sucesso, Royal Obidos e West Cliffs são quatro campos excelentes e espetaculares, todos já com prêmios internacionais, e com um futuro ainda mais prometedor. E que oferecem ao amante do golfe a incrível oportunidade de jogar em quatro campos de classe mundial distantes só cinco minutos uns dos outros. Parafraseando a série, os poderiamos chamar “The West Swing”.
Como esta semana muitos jogadores estarão já a olhar para suas agendas e seus tacos, vamos apresentar alguns detalhes desses quatro campos e algumas dicas para quem ainda não os conhece.
O primeiro
dos campos a abrir as portas foi o Praia del Rey, em 1997. Desenhado por Cabell B.
Robinson, combina buracos entre pinhais e links a beira do oceano. Às vezes, o
vento pode ser o maior desafio, portanto, quem não tiver tempo de jogar uma ronda
completa pode ter que escolher dependendo do tempo desse dia; os nove segundos
têm vistas espetaculares da costa do Atlântico, mas também são os mais
complexos se o vento soprar.
O Guardian Bom Sucesso foi inaugurado em 2008, com a peculiaridade de estar inserido em um resort de design e arquitetura, com casas assinadas por alguns dos melhores arquitectos do mundo. Outro elemento curioso em Bom Sucesso é que, ao estar integrado no universo do European Tour, organiza regularmente eventos e atividades profissionais, o que permite ao jogador amateur ver com que proximidade, ou distância, está seu scorecard das dos profissionais. Aquí podem ver-se, por exemplo, as dos jogadores que participaram na Q School do European Tour em outubro de 2018 e 2019.
O campo foi
desenhado por Donald Steel e, embora tenha alguns buracos interessantes e
complicados, pode-se dizer que tem um nível de dificuldade um pouco mais baixo
que o dos campos vizinhos, especialmente porque está menos exposto ao vento.
Desde o tee do espectacular buraco 17 podemos desfrutar de uma das
melhores panorâmicas de toda a área da lagoa.
O terceiro campo em ordem cronológica é o Royal Óbidos. Foi o último campo desenhado pelo Seve Ballesteros e tem alguns buracos que fazem boa a promessa de Seve de criar aqui um lugar maravilhoso para o golfe. Se só pudermos fazer nove buracos, vale a pena escolher os nove primeiros, que olham para a área da lagoa de Óbidos e incluem o carismático buraco 3, um par 3 com o green numa ilha, onde é necessário combinar a máxima precisão na escolha do taco e evitar se distrair com as belas vistas da lagoa.
O último dos
campos a abrir as portas, em 2017, foi o West Cliffs, que começou com grande força depois de
ter sido escolhido o “Melhor novo campo do mundo” pelo World Golf
Awards. Projetado por Cynthia Dye, a neta do lendário Pete Dye, é um campo
exigente, mas de grande beleza natural entre as dunas.
Os quatro campos
oferecem bons pacotes para poder experimentar um diferente todos os dias e eles
também tendem a oferecer preços especiais na temporada baixa e nas saídas à tarde.
E para
completar as possibilidades de golfe da região, há ainda mais duas opções
interessantes. Em primeiro lugar, a meio caminho entre Óbidos e Lisboa, na área
de Torres Vedras, encontra-se o Dolce Campo Real, um campo de 18 buracos desenhado por
Martin Ebert enquanto ainda fazia parte da equipa de design de Donald Steel. O
campo, inaugurado em 2005, se foi gradualmente consolidando e, em 2016, foi
escolhido o melhor resort de golfe em Portugal nos Global Brand Awards. É uma
aposta diferente, com muitos mais árvores e grandes declives que podem ser um
desafio para os menos preparados fisicamente.
E,
finalmente, uma opção menos ortodoxa, mas também de interesse, seria o campo de
nove buracos em Botado, ao lado do hotel MH Atlántico, a 1 km ao
sul de Peniche. É um campo mais selvagem, menos cuidado em algumas áreas, mas
precisamente por causa disso, beneficia-se de ter menos jogadores. É a opção
ideal para beginners ou famílias com crianças, que podem sair ao campo
sem muita pressão. E estando ao lado das praias de Supertubos e Consolação,
permite desfrutar de alguns buracos com vistas do oceano muito comparáveis
aos de seus vizinhos de maior pedigree. Em suma, uma alternativa interessante
para completar o leque da oferta de golfe na área.
E vocês? Já
jogaram nestes campos? Algum buraco foi especialmente memorável?
A origem da expressão remonta a vários séculos, até mesmo Shakespeare usou uma fórmula semelhante numa das suas obras, e ela continua a ser usada hoje.
O que não é tão conhecido é uma segunda parte, que apareceu no início do século passado nos Estados Unidos, e que diz que a satisfação o trouxe de volta.
Quer expressar que, embora um excesso de curiosidade possa ser perigoso ou contraproducente, o fato de encontrar respostas satisfatórias pode compensar o risco ou o esforço.
Em NAVE LAGOA somos dos que sempre querem buscar satisfação através das respostas e vamos tentar aproveitar esta página para partilhar descobertas.
Criar uma pequena comunidade na qual ajudarmos uns aos outros com pistas para percorrer as estradas físicas ou culturais, pelas regras escritas e não escritas, da região Oeste de Portugal, pelas experiências menos conhecidas de Óbidos, Nazaré, Caldas da Rainha ou Peniche, pelas praias mais recomendadas e também pelos planos para quem não gosta tanto da areia.
Vamos partilhar experiências sobre vários temas, desde o que é um RNH (que não é um novo grupo sanguíneo), até porque, nessa área, quem busca se redescobrir às vezes o consegue mais cedo com um “surf guide”, do que com ajuda mais tradicional.
Ecovias, ciclovias e ecopistas. O que são?
Para começar, hoje explicamos as diferenças entre ecovias, ciclovias e ecopistas, que são parecidas, mas não são o mesmo. O vamos fazer com três exemplos locais:
Ecovia Várzea da Rainha: Uma ecovia pode ser percorrida a pé ou de bicicleta e geralmente liga áreas de interesse ambiental. Nas informações da Câmara Municipal de Óbidos está bem descrita e detalhada a que mais gostamos na área, que vai desde a estação ferroviária de Óbidos até à praia do Bom Sucesso na lagoa. Há 15 km de estrada de terra (e apenas 500 m de estrada) que passam por pomares e pela ribeira sul da lagoa. O melhor, as vistas do Castelo de Óbidos da estrada, ao pôr do sol. O menos bom é que nos fins de semana de bom tempo pode haver muito ruído humano a quebrar a tranquilidade da lagoa.
Ciclovía São Pedro de Moel: Uma ciclovia é um espaço para a circulação de bicicletas. Na província de Leiria pode-se encontrar um dos melhores exemplos que um ciclista pode encontrar no mundo: a Ciclovia Estrada Atlântica. Da Nazaré ao Norte existem mais de 100 km de pista de asfalto, paralela, mas fisicamente separada da estrada, e com uma rota espetacular, entre florestas, dunas e pequenas vilas de pescadores. A parte que mais gostamos vai entre o Farol de São Pedro de Moel e a Praia da Vieira. São 14 kms de grande beleza e altamente recomendados, mas vale a pena explorar todo o resto das secções da Estrada Atlântica e a sua beleza tranquila.
Ecopista do Vouga: E finalmente, a palavra que dá título a esta entrada, que é claramente a mais evocativa das três porque inevitavelmente leva a pensar em ideias e pistas para aproveitar ao máximo a Natureza, a Natureza com letras maiúsculas. Uma ecopista é geralmente uma antiga rota ferroviária reconvertida em uma rota de pedestres ou ciclistas. É isso que, em Espanha e em outros países europeus, chamam Vias Verdes (Greenways), mas que em Portugal foi chamado ecopistas, porque a denominação Via Verde já era usada para os dispositivos das portagens. As ecopistas tendem a ser estradas de grande beleza, em locais com pouco trânsito, daí normalmente que a ferrovia estava fora de uso. Em Portugal existem várias, especialmente no Norte, mas gostamos especialmente a do Vouga, que corre paralelo ao rio entre Viseu e os arredores de Aveiro.
Alguém conhece outras rotas na área que valem a pena? Partilhem se faz favor suas experiências…